É chama
Causa e efeito da noite que adormece
É prece quando no silêncio se cala
É droga que encanta quando alopra
É arma quando fere e inflama
É dança quando a música do universo sopra
A cor exata tem seus olhos
Que sempre miram linhas distantes
E passam de viés pelas flores
E se livram dos versos de antes
Que, as vezes, não contemplam cores
São pedras que se escondem no tempo
Tem o dom de se achar por baixo
Mesmo quando coloca tudo para cima
É som no máximo tirado da posição mínima
Encaixe onde me encaixo
Palavra que alucina
Luz que precipita
Anjo torto, caído
Que brilha na Insônia escura e úmida
É sexo que lateja e murmura
É sensação presente sem nunca ter sido
É vento, livre, lamento
É o melhor de se viver sem nunca ter vivido
Marcelo Moro ( Cotidiano 242 )
Marcelo Moro ( Cotidiano 242 )

Nenhum comentário:
Postar um comentário