sexta-feira, 21 de março de 2014

Captura







É chama 

Causa e efeito da noite que adormece
É prece quando no silêncio se cala 
É droga que encanta quando alopra 
É arma quando fere e inflama 
É dança quando a música do universo sopra 

A cor exata tem seus olhos
Que sempre miram linhas distantes
E passam de viés pelas flores 
E se livram dos versos de antes
Que, as vezes, não contemplam cores 
São pedras que se escondem no tempo 

Tem o dom de se achar por baixo 
Mesmo quando coloca tudo para cima
É som no máximo tirado da posição mínima
Encaixe onde me encaixo 
Palavra que alucina 
Luz que precipita

Anjo torto, caído
Que brilha na Insônia escura e úmida
É sexo que lateja e murmura 
É sensação presente sem nunca ter sido
É vento, livre, lamento 
É o melhor de se viver sem nunca ter vivido


Marcelo Moro Cotidiano 242 ) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário